Moraes arquiva investigação sobre Ibaneis: justiça ou conveniência política?
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3/6/20252 min leer


Mais uma reviravolta no enredo político-judicial brasileiro: o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o arquivamento da investigação sobre a suposta omissão do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, nos atos de 8 de janeiro. A decisão levanta questionamentos sobre seletividade e coerência no tratamento dos envolvidos nos eventos daquele dia.
Afastado do cargo por determinação do próprio Moraes logo após os atos, Ibaneis permaneceu meses sob escrutínio, tendo sua imagem política desgastada, apesar de sua rápida recondução ao governo. Agora, com o arquivamento do caso, fica a dúvida: por que foi afastado com tamanha pressa, se meses depois a própria Justiça reconhece que não havia elementos suficientes contra ele?
A narrativa construída pelo Supremo desde o início dos acontecimentos do 8 de janeiro se baseou na necessidade de responsabilizar autoridades, sob a justificativa de que houve falhas na segurança pública. No entanto, o foco recaiu de maneira desproporcional sobre alguns alvos específicos, enquanto outros permaneceram intocados.
O caso de Ibaneis é emblemático porque revela como decisões políticas e jurídicas no Brasil muitas vezes andam de mãos dadas. O arquivamento tardio da investigação reforça a percepção de que, no auge da crise, o objetivo principal era dar uma resposta rápida e exemplar à sociedade – ainda que isso significasse punir preventivamente sem provas concretas.
Agora que o governador foi ‘absolvido’ pelo próprio sistema que o condenou antecipadamente, resta a questão: quem paga pelo desgaste político e pessoal sofrido? O STF, que agiu com mão de ferro no início, agora se esquiva da responsabilidade de seus próprios excessos?
Esse episódio só fortalece a necessidade de um Judiciário que atue com equilíbrio e imparcialidade, sem atender a interesses políticos ou midiáticos. O arquivamento do caso Ibaneis pode parecer um alívio para alguns, mas para outros é apenas mais um exemplo de como o Brasil segue refém de um sistema onde a justiça muitas vezes é usada como instrumento de poder.
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