Ainda Estou Aqui" e os Presos de 8 de Janeiro: A Hipocrisia Premiada

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3/3/20252 min ler

Na noite de ontem, Ainda Estou Aqui foi premiado com o Oscar de Melhor Filme Internacional. O longa, produzido por cineastas alinhados à esquerda, foi aclamado pela crítica por sua denúncia contra um suposto autoritarismo e perseguição política. Mas enquanto a elite cultural celebra essa narrativa no tapete vermelho de Hollywood, no Brasil, centenas de presos do 8 de Janeiro seguem enfrentando exatamente aquilo que o filme denuncia – só que na vida real.

A ironia é brutal: um filme que fala de injustiças e abusos do poder é premiado globalmente, mas quando essas mesmas arbitrariedades acontecem contra brasileiros reais, o silêncio dos seus criadores e apoiadores é ensurdecedor.

O Filme Versus a Realidade

No longa, os protagonistas são vítimas de um governo repressivo que usa seu poder para silenciar opositores. No Brasil real, os presos de 8 de Janeiro são pessoas comuns – pais, mães, trabalhadores – que foram detidos sem direito a um julgamento justo, tratados como terroristas por simplesmente estarem no lugar errado na hora errada. Muitos continuam encarcerados sem provas concretas e sem o devido processo legal, enquanto a grande mídia finge que eles não existem.

A justiça seletiva está escancarada. Enquanto o filme ganha prêmios internacionais por denunciar uma perseguição fictícia, na prática, os mesmos setores que aplaudem essa obra ignoram – ou até mesmo justificam – as arbitrariedades contra aqueles que discordam do governo.

A Narrativa Conveniente

Diferente de muitas produções nacionais, Ainda Estou Aqui não utilizou recursos da Lei Rouanet, mas nem por isso deixa de ser um produto da agenda progressista. A produção e a recepção do filme deixam claro que há um alinhamento ideológico global em curso, no qual apenas determinadas narrativas têm espaço e prestígio.

Se a obra tivesse abordado a realidade dos presos políticos no Brasil de forma imparcial, jamais teria sido celebrada por Hollywood. Pelo contrário: provavelmente enfrentaria boicotes e ostracismo. O que essa premiação confirma é que, para o establishment cultural, a verdade não importa – o que vale é a manutenção da narrativa dominante.

A Hipocrisia Premiada

O Oscar concedido a Ainda Estou Aqui simboliza muito mais do que um reconhecimento artístico. Ele chancela uma visão distorcida da realidade, enquanto os verdadeiros perseguidos políticos seguem esquecidos.

Se os cineastas realmente acreditassem na defesa dos direitos humanos, estariam denunciando os abusos contra os presos do 8 de Janeiro. Mas o silêncio deles prova que, para a esquerda, a liberdade de expressão e os direitos civis só valem para quem pensa igual.

A verdadeira resistência, hoje, não está nos discursos ensaiados da cerimônia do Oscar, mas entre aqueles que seguem lutando para expor a hipocrisia de um sistema que protege uns e destrói outros.

E que ninguém se engane: amanhã, os mesmos que hoje aplaudem essa repressão podem ser suas próximas vítimas.